sábado, 28 de agosto de 2010


Ainda publicarei poemas-voadores com inúmeras
ilustrações de borboletas. Por enquanto
estão todos nos seus casulos...

domingo, 22 de agosto de 2010

Profissão Viver

Hoje parei para pensar que profissão é a minha. Acho que foi uma pergunta muito próxima da “o que você quer ser quando crescer” que me faziam antes. Eu já tive tantas certezas sobre isso... Já quis tanto ser uma coisa e não outra que até assustava quando me descobria mudando de gosto. Daí que hoje eu me olhei e vi como eu não combino com o perfil do profissional da minha área. Nunca me preocupei com luta de classe, salário, organização rigorosa (quase inflexível!) nas ações, caramba!, eu não combino comigo... com esse meu lado que é pago para isto e não aquilo. Então suspirei e descobri que minha profissão é viver! Sei que profissão deve ser substantivo e não verbo. Mas a minha profissão é VIVER, mesmo! Verbo intransitivo, mas que pede todos os adoráveis complementos que implicam nesta ação. Ah! Profissão viver é parar ao som de uma buzina e comer um cuscuz que você não faz idéia de onde veio, como se fosse um manjar dos deuses. É sair pra rua no estreito espaço entre uma aula e outra só para olhar pardais. É esconder um livro na gaveta do escritório pra saborear, entre um balanço fiscal e outro, e não sufocar de tanta realidade. Profissão viver é contar uma história, mesmo quando ela nos consome, com o maior prazer, e se descobrir, e se pensar com ela... É ligar pra uma amiga na Indonésia e falar do cheiro do café brasileiro, sem se dar conta da conta telefônica! E ligar de novo no caso da ligação cair antes de dizer “um beijo”. É suspirar às dez da noite, após ter trabalhado dia inteiro, só porque o filho sorriu quando viu você chegar. Profissão viver é amar mesmo sabendo que vai doer... É ler quatro vezes o mesmo livro e ainda descobrir um quê de poesia que você ainda não tinha visto. É ouvir bossa nova e sentir-se a beira mar se um vento lhe toca as costas mesmo estando a quilômetros e quilômetros dele. É fazer versos dos amigos, e não pra eles. Compreendendo assim o velho poeta de Alegrette. É percorrer os quintais de Quintana, autopsicografar-se como Fernando, se colorir de Coralina prosa. É saber que a vida é isto ou aquilo ou nenhuma das respostas anteriores, com licença de Cecília! Minha profissão é viver. Vir e ver todo dia os mesmos lugares com perspectivas novas (e brigar sozinha por isto, se for preciso!). É ver estrelas na noite nublada só porque lembrou daquele olhar, daquela voz, daquele serzinho que lhe faz sentir tão capaz de amar, sonhar, escrever! VIVER. Minha profissão é viver. E vivo. Talvez você diga: “Diz isso porque está empregada e tem profissão”. Mas eu conheço tanto José da Silva desempregado, doente e feliz. Verdade! São meus colegas de profissão. Mas não vou discutir com você não. É, prefiro calar. Mesmo. Hoje em dia, penso que existem coisas que não são para serem entendidas e sim sentidas. E de mais a mais, não ter resposta também faz parte da minha profissão.
Do livro meu livro "Cenas Comuns"
Pra você, Beth, que viveu com plenitude e deixou seu rosto, ações e afeto gravados carinhosamente dentro de nós!

E.M. Profa Elisabeth Lopes Cabral

Sexta-feira, dia 20 de agosto, estive na inauguração da Escola Municipal Professora Elisabeth Lopes Cabral. Desde que soube que a escola teria este nome, nasceu forte em mim o desejo de falar pra quem fosse trabalhar ou estudar por lá, quem foi a Beth. Beth foi diretora da segunda escola em que trabalhei neste município. A escola em que trabalhei por oito anos. Em todos os turnos! Ela era a criatura mais humana que já tive contato na posição de gestora. Sua voz e sorriso soam em meus ouvidos enquanto escrevo. Morreu tão nova... Há um elo em nossas vidas muito engraçado: quando fui trabalhar lá, minha filha era um bebezinho de cinco meses. Cochas enormes de boa amamentação e genética, sorridente, linda como todo filhote! (E mais linda ainda porque era meu filhote, claro). Bem, acontece que Beth, cujos filhos já estava grandinhos, teve vontade de ser mãe novamente e nasceu, logo depois a Rafaela. Sexta-feira, quando eu a vi fiquei emocionada. Muito! A gente acompanhou a gravidez da Rafinha... Ela está a cara da Beth! Ah, minha amiga, que saudades... Mas que bom lembrar de você!!! E, de faixa bonus, ainda me dei conta de como a vida é curta e como a gente deve amar, amar e amar... Tive o prazer de fazer a primeira leitura compartilhada da escola. E para a escola! Para todos os que estavam presentes. Li a crônica Profissão Viver, que publiquei no meu livro Cenas Comuns. Vou postá-la aqui.

sábado, 14 de agosto de 2010

Uma nova história

Segunda-feira uma nova história começará a ser escrita no livro que minha vida é. Passarei a coordenar o Departamento Infanto-juvenil da Biblioteca Municipal Leonel Brizola e Salas de Leitura de Duque de Caxias. O Setor, na verdade começará, comigo. Já são encaminhadas ações de promoção de leitura desde o início da Biblioteca Leonel Brizola, como por exemplo os Festivais de Férias, mas meu trabalho será setorizar e intensificar este trabalho com vistas à formação do pequeno e jovem leitor. Eu, que deixo então a Equipe de Leitura da Secretaria Muncipal de Educação, passarei a ampliar, na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, meu sonho de ver minha cidade envolvida, cada vez mais, com livros e leituras! Obrigada ao Secretário de Cultura e Turismo, professor Gutemberg Cardoso, pelo convite e às amigas da Secretaria de Educação pelo apoio e cessão. As professoras: Myrian Medeiros (Subsecretária Pedagógica); Sônia Pegoral (Subecretária de Planejamento e Gestão de Pessoal) e Roseli Duarte (Secretária de Educação). Que seja um elo forte e produtor de bons frutos entre a Cultura e a Educação nesta cidade que me viu nascer, em todos os sentidos!!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

CIEP Gregório Bezerra

Acabei de chegar do CIEP Gregório Bezerra, onde contei e cantei histórias para mais de cem alunos do PEJA. Como me alimentam estas trocas... Cada olhar, riso, abraço me torna mais desperta humana, sabem?! Me torna mais consciente da importância de ler com e para o outro. Obrigada, meu Deus, pelas histórias que me compõem. Obrigada, queridos ouvintes, por me permitirem crescer nesta troca tão humana, afetiva e importante para minha vida!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Num boieng da TAP...

Primeiro minuto do dia 9 de agosto... Eis que em algum lugar da cidade do Porto, o ilustrador Luís Silva se prepara para tomar o boieng da TAP rumo à Cidade Maravilhosa. Junto consigo, em sua mala, vem o as pranchas de "Um menino chamado Negrinho". O lendário "afro-gaúcho", remodelado dentro de mim, sobrevoará o Oceano Atlântico para ganhar páginas e mãos - MUITAS MÃOS - leitoras na Terra Brasilis. Boa viagem, Luís. Sejam bem vindo, Meninos!