quinta-feira, 22 de abril de 2010

Outro sábado...

Os dias não andam faz tempo: têm voado! Eis outro sábado. Diferente do sábado em que nasci. Este está friorento e aconchegantemente outonal... Estou pensando no caminho que as histórias fazem por dentro de mim. Pensamento lento. Preguiçosamente vagaroso. Remando, como me dizia o Francisco Gregório, ator, contador de histórias... Formador de tantos outros contadores. Aliás, hoje está como os dias em que fiz oficinas lá no Paço Imperial! Nossa!!! Isso já faz sete anos! É chegada a coceirinha dos sete anos, como diz a Lygia... Tenho coisas a mudar e permanências a sedimentar. "Não mudar" é outro tipo de mudança. Tanto quanto a inconstância é uma permanência, às vezes, necessária. Paradoxos sabadescos... Agora, nada de escrever. Quero apenas sentir.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Flores...

Era sábado e fazia sol, naquele carnaval de 1970. Não sei se a minha Verde e Rosa ganhou ou ficou bem colocada, mas eu, olhos verdes e pela rosada, chorei pela primeira vez (a única de cabeça para baixo, graças a Deus!) e logo que fui pro banho, o Dr Vasco (nome infame!) cantava, enquanto cuidava da minha mãe, uma jovem de vinte três anos: "- Oh, Jardineira porque está tão triste? Mas o que foi que aconteceu? - Foi a Camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu..." Em casa a canção seria outra, não menos verde nem cuidadosa, mas bem mais viva: " - Fiz a cama na varanda, Me esqueci do cobertor. Deu um vento na roseira meus cuidados me cobriu toda de flor" Mas essa já é uma outra histórias...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Semente...

Antes de nascer eu já era palavra. No abraço dos meus pais, meu corpo-texto tomou forma. No balé aquático, amniótico, cresceram dedos e cabelos. Sexo e todo o resto. Me fiz mulher. E me faço até hoje. Dia-a-dia. Ano-a-ano. Minuto-a-minuto. Cada vez mais Hellenice. Ferreira dos meus trilhos. Passageira da Terra. Hóspede de Deus. Anfitriã dos meus. Serva. Guerreira. Grito e silêncio. Palavra. Semente...