domingo, 30 de junho de 2013

Hoje é dia de METÁFORA

"Deixe a meta do poeta, não discuta"
Gilberto Gil


Metáfora (desse bahiano porreta!)

Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz lata
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz meta
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo-nada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta,
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora


http://www.youtube.com/watch?v=uBA1nUHJhI0


sábado, 29 de junho de 2013

São Pedro

Minha primeira dor de cotovelo foi num dia de São Pedro. Eu tinha 14 anos. Lembro-me até hoje de ouvir Titãs com o rádio de pilha embaixo do travesseiro, chorando porque as férias de julho haviam chegado e eu ficaria um mês sem vê-lo.
Tão bonito amor adolescente.
Tão bonito amor.
Hoje tantos anos depois, recordei essa história conversando com uma amiga que contou ter reencontrado amigos de infância através das redes sociais. Ela surpreendeu-se por ver que lembrava o nome de seu primeiro amor. Quem não lembra? Eu também lembro o nome desse rapaz inteirinho, e lá se vão quase trinta anos!

Mas hoje o dia de São Pedro, emoldurado por um sol que só o inverno brasileiro tem, me trouxe, além dessa lembrança, a de minha formação religiosa na infância.
Estou muito próxima, como já escrevi aqui, da igreja católica, de seus ritos, mas sobretudo, do seu modo contrito de buscar o sagrado.
Isto acabou se refletindo no set de Arteterapia que vivenciei.
A técnica expressiva era colagem e eu precisei apenas da imagem que anexei abaixo, para referendar minha passagem pelo tempo, meus encontros e reencontros como Sagrado, minha viagens e saudades dela, meus jeitos de amar.

Acho que à maneira de São Pedro, e tantos outros pescadores, estou refazendo minha rede, para que novas e eficazes pescas se deem. 
Desejo que, no futuro, a lembrança do dia de hoje me traga suavidade, como a do amor adolescente, e, sobretudo, a certeza de que nesta data comecei uma síntese de sucesso em minha vida.

Amém e... 
Viva São Pedro! 


Sobre esta Igreja, apenas sei que fica na Itália.
Queira Deus, meu próximo destino no Velho Mundo!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Confiança na direção

Depois de tanto tempo, voltei às aulas de direção.
Não deveria nem contar as passadas, porque lá se vão quinze anos!
Está sendo um aprendizado muito prazeroso e divertido,tenho que admitir.
Tudo porque tive a sorte de ter um instrutor muito, mas muito bem humorado.
(Tanto que seu apelido é Sorriso, rs)

Faz toda diferença aprender com gente que gosta do que faz e ensina com paciência, com desvelo.
E tem outra coisa muito importante: estar na condição de aluna, dias antes de retornar às salas de aula de educação infantil e alfabetização está sendo uma maravilha para mim! Uma oportunidade de ouro para me fazer lembrar, todos os dias, do quanto preciso estar inteira, preparada e paciente para meus pequenos. O quanto preciso tratá-los como pétalas de flor, sabe, com cuidado. Mas, claro, sem subestimá-los! Ao contrário, devo lhes passar segurança e saber elogiar também, como faz meu instrutor. 
Quero me lembrar sempre de hoje, por exemplo, quando, ao me assustar com três pedestres na minha frente, pedi ao instrutor que ele freasse o carro. 
(Só Jesus!)
Eu estava na condição daquele que não sabe! Eu estava com medo de errar!
Nunca poderei esquecer que, em alguns momentos, meus pequenos poderão ter o mesmo sentimento. E deverei estar calma e pronta para refrear seus medos; fortalecer seus saberes; passar confiança! 
E depois, como ele, poderei rir com eles, os meus alunos, se for o caso. Um riso de apoio, de crédito em seus potenciais.
Oxalá me lembre sempre disso.
E, a propósito, muito agradecida, Sorriso,você freou a tempo de me fazer acreditar que também posso acertar!

quinta-feira, 27 de junho de 2013


Tempo, tempo, tempo, tempo...

Passei as duas últimas horas, tentando recuperar este blog...
Ao cancelar uma antiga conta google, perdi todas as fotos postadas e, considerando que em algumas postagens havia apenas fotos, perdi registros...
Mas, o mais significativo desta pequena vivências foi perceber o quanto perdemos tempo consertando erros!
E é assim em qualquer área da vida.
Quisera não errar tanto; não ser tão distraída ao refaz os caminhos, para não perder pessoas, oportunidades, textos, fotos... Tempo.
Não malbaratear o tempo...

Este trabalho ainda não acabou, precisarei de mais algumas horas amanhã ou depois. Mas a aprendizagem ficou grifada, marcada em água forte.
Espero absorvê-la;gravá-la no metal dos minutos; reparar direito o que faço...



Minhas queridas

Estava lendo Minhas queridas, da Clarice Lispector até agorinha...
Todo afeto tem suas peculiaridades, mas, as cartas dela para as irmãs, acordaram mesmo lembrança da minha relação com as minhas.
Jeito carinhoso de falar, de cuidar, mesmo ao longe, e ainda que ela não tenha escrito sobre isso em seu livro, lembrei-me também de como eram nossas brincadeiras, nossas gargalhadas, tantas coisas boas...
Tantas.
Somos todas adultas hoje, mas, quando nos juntamos, a gargalhada e as memórias acordam nossa meninice.
Deveria ter escrito cartas para elas a vida inteira!
Eu sei que a Bete guarda muitas de quando eu era pequenininha e dizia o quanto a amava.
Tão bom lembrar...
Tão bom.
Minhas nossa... 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Estou insone e é inverno.
Na cozinha, acabei de passar um café que ainda não tomei.
Por dentro dores e dúvidas, sobre mim mesma e sobre meu país.
Tudo é luta. 
Nada é igual.
Mas as tensões se agigantam...
Por dentro uma solidão acompanhada de perguntas.
Nas ruas as respostas do povo cansado de ver a dignidade relegada a segundo plano.
Meu plano?
Tomar o café, antes que esfrie.
Esfriar a cabeça antes que doa.
Doar meu tempo para algumas leituras.
Reler minha vida, que mais um ano está a passar!
E passar a noite contando estrelas e sentindo friagens. Vendo meu gato a me olhar e os cães a dormirem sobre a cama quentinha.
Minha alma está inquieta.
Inquieta, escrevo.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Humano amor de Deus

Nunca tive a menor dúvida da existência de Deus.
Nunca, nada balançou a certeza de Sua existência.
Mas é curioso como precisei escrever sobre a vida de Francisco de Assis para recolocá-Lo em minhas palavras, postagens, dia a dia, enfim.
De novo a literatura me conduzindo...

Deus.
Apenas uma palavra, um nome.
Mas que sintetiza a Energia Criativa, a Inteligência Suprema, aceita de tantos jeitos e por tantas pessoas, religiões, dos mais diversos modos.

Tenho ouvido diariamente os cds da Padre Fabio de Mello, e, fico feliz por compartilhar de sua crença, de sua fé, porque, sinceramente, em quaisquer momentos mais prolongados de choro ou dor, eu sinto, eu sei que "DEUS ME AMA, QUE EU NÃO ESTOU SÓ, QUE DEUS CUIDA DE MIM"!

Amém.