quinta-feira, 8 de setembro de 2011

XV Bienal do Rio de Janeiro

Hoje foi minha primeira Bienal como autora. Na primeira, em 1991, aos 21 anos, eu era uma jovem de short, como tantas outras, perpassando pelos stands. Sozinha. Às 14 horas, cheguei ao Rio Centro com o compromisso de contar e autografar no stand da Escrita Fina. Uma loba de 41 anos. Vestida como senhora que já sou, caminhei sozinha até o pavilhão azul, onde encontrei duas amigas. Antes de chegar ao "meu" pavilhão encontrei mais dois jovens amigos. O telefone tocou muitas vezes. Fisicamente eu estava sozinha. Mas tinha muita gente, muita história comigo. Muita vida! No stand, conversa com as atendentes, combinados, outros telefonemas e no horário marcado um grupo de meninos e meninas, acompanhados de suas professoras e alguns passantes, sentados ou de pé, me deram a honra de lhes contar histórias. A primeira foi "O Livro da Avó", do Luís Silva. Não poderia deixar de levar comigo, neste momento tão especial, a pessoa que me apresentou à doce Laura, minha editora. Luís esteve lá. Ao lado do meu coração. Na minha voz e mãos, enquanto eu passava as páginas. Tenho imensa gratidão por ele, que, generoso levou nosso "Menino" pra Escrita Fina. Contei isso e muito mais aos ouvintes. Falei como foi que o conheci e como ele conheceu meu jeito de contar essa lenda. Depois, claro, li "Um menino chamado Negrinho" Foi suave demais! Um menino, de nove anos, me presenteou com suas lágrimas de emoção. Ficou com os olhinhos marejados enquanto eu cantava e segurava o meu próprio choro. Aliás, tive vontade de chorar muitas vezes... Depois, contei pra eles como Laura descobriu e publicou Amor de Mãe D'Água; como Luiza ilustrou; falei pras crianças sempre prestarem atenção nas ilustrações e falei do Frederico, um dos meus próximos livros. Frederico sempre me faz chorar e foi mais difícil ainda pra segurar... Nos despedimos com aplausos e eu fui abraçar meu doce ouvinte. Disse-lhe que nunca tivesse vergonha de chorar. Nunca vou me esquecer disso tudo. Nunca.

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