segunda-feira, 7 de junho de 2010

Capítulo 6: Palavras, silêncios e mar... Paixões

"...a felicidade existe, disse a voz desconhecida, e pode não ser mais do que isto: mar, luz e vertigem."
Assim escreveu José Saramago escreveu na página 259, do seu "Jangada de Pedra", publicado pela Companhia de Bolso.
Desde que fui apresentada a este autor português, pela amiga e excelente professora de Língua Portuguesa, Margareth Mallet, não o largo. Foi difícil entende-lo a princípio, mas depois que peguei o jeito, ah, que coisa! O "Jangada" é um dos meus preferidos. Eu o encontrei na banca de jornais um dia. Li a resenha, levei pra casa e devorei horas a fio. A frase que deixei acima é um delírio pra mim. É um presente.
Amo mar, luz, claro, e as palavras pouco usadas. Vertigem. Torpor, filigranas, relicário, colibri, palavras em desuso, sabe. Amo. Todas. Ou quase todas. Cheiram a curiosidade, delicadeza e me remetem há um tempo em que todos tinham tempo. São poéticas. São diferentes, como o próprio mar, a cada minuto o é. Ah...
Mas o que quero é contar sobre o convite que meu amigo Celso Sisto, me fez lá pelos idos de 2002. Ele que também é escritor, e dos bons, foi um dos meus primeiros, e mais assíduos leitores, e vivia me estimulando a pôr pra fora as palavras que eu guardava por dentro de mim, mas em forma de poemas. Então, como vinha dizendo, um dia ele provocou: "Hellenice, você deveria escrever poesias e reunir algumas num livro".
Bem, como já concordava com Saramago, antes mesmo de conhecê-lo, a provocação do Celso fez nascer o que chamei de Projeto Poemar. Poesias regadas a mar. Simples, mas fruto dos meus sentires mais variados. Dos meus mais densos silêncios. Umas vertigens de mim!
Poemar foi publicado em novembro de 2007 e para minha felicidade tiveram por moldura, as fotografias de Paulo Hauer, fotógrafo de extrema sensibilidade que doou suas fotografias por amor à Arte!

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